
Mensagem da Presidente
Nós, as Séniores!
Poucas serão as modalidades desportivas em que a sua prática seja tão activa e competitiva a partir dos 50 anos como o é no Golfe.
Segundo dados oficiais de 2021, existem em Portugal, 15.579 jogadores com licença desportiva activa, dos quais 3.228 (21%) são senhoras. 11.137 jogadores são séniores ‐ 71% do total de jogadores ‐ divididos entre 77% de homens (8.563) e 23% de senhoras (2.574). 80% das jogadoras de golfe em Portugal têm mais de 50 anos.
A chegada ao escalão Sénior no Golfe é por isso uma absoluta surpresa, pela multiplicidade de programas e competições organizadas por entidades que vão desde as Golf Society (infelizmente pouco conhecidas e valorizadas em Portugal), aos Clubes, às Associações regionais, nacionais ou internacionais, no nosso caso Europeias, a que podem aspirar os praticantes de acordo com o seu nível de jogo.
Nem sempre assim foi e a origem desde movimento sénior do golfe em Portugal começou com um reduzido número de jogadores, maioritariamente homens como seria próprio da época, que iniciaram a prática do golfe no pós 2ª. Guerra mundial e que, em meados dos anos 80 do século passado, se foram organizando nos Clubes mais tradicionais como sejam Oporto, Lisbon e Estoril.
Cedo as senhoras acompanharam este movimento, pois um conjunto de praticantes muito empenhadas e a expensas próprias representou Portugal, desde o início dos anos 90, em campeonatos europeus de seniores sob a organização e determinação de uma cidadã nascida na Polónia mas portuguesa de coração e a quem o golfe sénior feminino português quase tudo deve: Teresa Symington.
Ana Maria Pessanha, Boudil Dibo, Helen Burmester, Leonor Abecassis, Luísa Menezes, Luísa Teixeira, Manuela Costa Basto, Nini Guedes Queiroz e Teresa Symington, entre outras, foram as nossas primeiras representantes. A elas se devem também as boas relações que cedo se foram estabelecendo entre as jogadoras seniores europeias que vieram posteriormente a fundar a European Senior Ladies Golf Association (ESLGA) da qual a Associação Portuguesa de Seniores de Golfe ‐ Senhoras (APSGS) é Sócia fundadora e a única e legítima representante de Portugal.
A ESLGA teve como objectivo maior da sua criação, a organização de competições internacionais para as jogadoras das Associações suas filiadas que não tenham acesso aos Campeonatos Europeus organizados pela EGA.
Apesar de quase 3/4 dos jogadores de golfe em Portugal com licença activa serem do escalão senior, a Federação Portuguesa de Golfe não concedeu na última década, qualquer apoio a representações internacionais deste escalão, alegando ora orientações estratégicas diversas, ora falta de verba, ora falta de qualidade desportiva das putativas candidatas a integrar uma selecção sob a sua égide.
No calendário das Associações filiadas na ESLGA estão então as provas internacionais mais importantes a que as seniores portuguesas podem aspirar. E fazem‐no com enorme empenho organizativo, desportivo e social!
Em 2022 Portugal tem, à semelhança de muitos países europeus o golfe sénior feminino institucionalmente organizado de forma independente ou autónoma.
É bom? É mau?
É um facto! E é um facto que, apesar do reduzido número de senhoras praticantes comparativamente com a maior parte dos países europeus, Portugal e a APSGS se têm afirmado desportiva e organizativamente pois ao longo destes mais de 30 anos temos:
- Sido presença assídua no Torneio Internacional das Nações – Trofeu Marisa Sgaravatti competição já por duas vezes organizada em Portugal (Golf do Estoril em 1994 e Penha Longa 2010);
- Contribuído anualmente para o calendário anual de eventos da ESLGA com duas competições: Internacional do Algarve que celebra em 2023 a sua 30ª edição ‐ sendo por isso a mais antiga competição internacional sénior de golfe que se realiza em Portugal ‐ e o Internacional de Lisboa, aberto a todas as seniores filiadas numa qualquer federação mundial e que vai já na sua 8ª edição;
- Promovido anualmente encontros entre representações de Associações congéneres.
São, assim, mais de 30 anos de dedicação ao Golfe nacional no escalão sénior feminino, conseguindo com meios escassos concretizar eventos de qualidade desportiva reconhecida nacional e internacionalmente a que se procuram aliar eventos sociais e culturais que vão de encontro aos múltiplos interesses de uma plateia internacional de sócias e participantes competitivas, cultas e interessadas.
O esforço de Teresa Symington e das Senhoras que a acompanharam – é da mais elementar justiça realçar Anke Eckardt e Isabel O'neill como dois dos seus mais valiosos "braços direitos" ‐ e o imenso património e êxitos já alcançados serão sempre o nosso farol e, neste 2022 em que celebramos uma década como Associação juridicamente independente, se velas houvesse, o desejo secreto seria apenas e só o de fazer mais, muito mais, e cada vez melhor, se disso formos capazes. Oxalá!
Ana Paula Saúde,
Presidente da APSGS
2022/04/26
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